O novo filme do Superman, dirigido por James Gunn, estreou cercado de expectativas, especialmente por marcar o reinício do Universo DC nos cinemas. No entanto, embora o longa esteja mostrando força no Brasil, liderando a bilheteria nacional pelo segundo fim de semana consecutivo, o desempenho internacional tem acendido alertas em Hollywood e entre os investidores da Warner Bros. Discovery.
Nos cinemas brasileiros, o público mostrou entusiasmo. A trama que apresenta uma nova versão do herói mais icônico dos quadrinhos caiu no gosto de boa parte da audiência. A produção arrecadou mais de R$ 15 milhões em seu segundo final de semana e consolidou-se no topo das preferências nacionais. A abordagem mais humanizada do personagem, com foco em suas inseguranças e moralidade em meio a um mundo caótico, parece ter tocado o público brasileiro de maneira particular.
A escolha por um ator menos conhecido para o papel principal também se mostrou acertada. Apesar do risco envolvido, a crítica e os fãs elogiaram o desempenho do novo Superman, destacando sua autenticidade, carisma e a forma como incorporou o espírito do personagem, mais próximo das origens dos quadrinhos e distante das versões mais sombrias vistas nos últimos anos.
James Gunn, que também é co-CEO da DC Studios, fez questão de se pronunciar sobre o desempenho do filme, especialmente fora dos Estados Unidos. Em entrevista, o diretor afirmou estar satisfeito com a resposta do público em várias regiões, mesmo reconhecendo que a bilheteria internacional não explodiu como o estúdio esperava. Segundo ele, o processo de reconstrução do universo DC é gradual e precisa reconquistar a confiança do público, especialmente após anos de inconsistência criativa e fracassos comerciais.
Na América do Norte, o filme teve uma abertura considerada morna. Apesar de ter liderado a bilheteria no primeiro fim de semana, o número de ingressos vendidos foi inferior ao de lançamentos anteriores da DC, como “Batman vs Superman” e “O Homem de Aço”. Especialistas apontam que a falta de grandes estrelas no elenco, somada ao cansaço do público com filmes de super-heróis, pode ter influenciado negativamente o desempenho internacional.
Outro fator importante é o contexto do mercado global. Em 2025, o público tem demonstrado mais seletividade diante da enorme quantidade de produções disponíveis nos cinemas e no streaming. A concorrência com outras estreias de peso e o aumento do custo dos ingressos também impactam diretamente os resultados de bilheteria.
Apesar disso, a crítica tem sido majoritariamente positiva. A reinvenção do Superman, agora mais gentil, ético e conectado ao seu lado humano, parece ter dado um fôlego renovado à franquia. Analistas acreditam que, mesmo com números mais modestos fora dos EUA, o filme pode ter um bom desempenho no médio e longo prazo, especialmente com a força do mercado latino-americano e asiático.
A Warner, por sua vez, observa com cautela. O desempenho do novo Superman será um termômetro crucial para os próximos lançamentos da DC, que incluem filmes do Batman, Mulher-Maravilha e novos personagens ainda não explorados no cinema. O estúdio aposta na coesão narrativa e em um tom mais esperançoso para reverter os anos de turbulência enfrentados pela marca.
Enquanto isso, os fãs brasileiros continuam comparecendo em peso aos cinemas, provando que, ao menos por aqui, o Superman voltou a voar alto.